Retrospetiva Saúde 2022
O ano de 2022 fica marcado pela continuação do combate à crise sanitária de Covid19, em que Cabo Verde foi referenciado, a nível internacional, como um caso de sucesso que pode ser exemplo para outras realidades.
Se recordarmos que em janeiro de 2022, o país chegou a registar mais de 1000 casos de Covid19 diários provocados pela variante Ómicron, o que obrigou ao cerar das restrições e ao reforço do combate, por parte do Ministério da Saúde, sobretudo com a vacinação.
Assim, o Governo intensificou o combate à Covid19 através do reforço de medidas de proteção sanitária, da comunicação e massificação da campanha de vacinação e o seu alargamento às crianças dos 05 aos 11 anos.
A situação epidemiológica do país normalizou com a estabilização dos indicadores e levou com que o Governo decretasse o fim do estado de alerta, desde 14 de setembro último e o levantar das restrições e do uso obrigatório de máscaras.
Já em outubro, o Governo lançou a nível nacional a campanha de vacinação com a dose pediátrica de pfizer para as crianças dos 05 aos 11 anos de idade. Atualmente, o país regista baixo número diário de casos de Covid19 e altas taxas de vacinação com 86,6% da população alvo com a segunda dose, 75,5% dos adolescentes complemente vacinados, 39% de adultos com dose de reforço, 42,9% de crianças dos 5 e 11 anos com a primeira dose e 30,2% completamente vacinadas.
Em termos de infraestruturas foram inaugurados o Centro de Saúde de Santa Catarina de Santiago, o Centro de Terapia Ocupacional de Ribeira de Vinha em São Vicente, a Primeira Unidade de Cuidados Intensivos do país, o Centro de Investigação e Inovação, novo Serviço de Oncologia e o Laboratório de Biologia Molecular do HAN, o Banco de Leite Humano de HBS e ainda foi elevado o Posto Sanitário de Cancelo a categoria de Centro de Saúde.
Foi declarado 2022, como o Ano da Segurança Sanitária, uma iniciativa do Instituto Nacional de Saúde Pública, sob o lema “Nha Segurança Bu Segurança”, com o desenvolvimento de diversas atividades.
Vários estudos realizados mostraram melhorias nos indicadores de saúde, nomeadamente a redução considerável da prevalência nacional de parasitose intestinal, que passou de 78,5% em 2012 para 8,3% e redução considerável da prevalência do bócio em todas as ilhas. A taxa de Cobertura Universal de Saúde subiu para 69%.
Em termos de capacitação de recursos humanos deu-se início ao primeiro curso de medicina familiar em exercício em Cabo Verde, abarcando 25 médicos, o que representa uma grande aposta do Governo para a melhoria da atenção primária da saúde.
O ano que termina ainda foi marcado pelo reforço do quadro legal da saúde, com a aprovação da Lei que define o regime geral de prevenção e controlo do tabagismo, da Lei que define o regime jurídico de prevenção e atenção integral ao VIH/SIDA, bem como de Decreto Lei que atribui competência à ERIS para a regulação dos preços praticados na prestação dos cuidados de saúde no setor privado.
No âmbito do processo de certificação de país livre de transmissão autóctone de paludismo, o país recebeu, em junho, uma Missão de Pré-certificação da Eliminação do Paludismo da Organização Mundial da Saúde.
Um outro destaque que marcou o ano, foi a mudança do Ministro da Saúde. Com saída de Arlindo do Rosário, o Governo realizou um ajuste pontual no executivo com a Ministra Filomena Gonçalves a assumir os destinos do setor, em finais de outubro.
Para o ano de 2023, as perspetivas são boas com o anunciado aumento do Orçamento de Estado para o setor da saúde em quase 25%, com um pacote de projetos visando, por um lado, melhorar a qualidade, o acesso e a equidade dos serviços de saúde à população, bem como, contribuir para o alcance os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e da CUS (Cobertura Universal de Saúde).
Em 2023 está previsto o início das obras de seis novos centros de saúde, nomeadamente, de São Salvador do Mundo, da Brava, da Ribeira Grande de Santigo, da Ribeira das Patas em Porto Novo, de Monte Sossego em São Vicente e de Achada Monte em São Miguel, a construção da Delegacia de Saúde da Praia, bem como, a aquisição de 6 ambulâncias para o Programa de Emergência Médica.
Os desafios e perspetivas para o próximo ano prendem-se ainda com a certificação de Cabo Verde como país livre de transmissão autóctone do paludismo e a preparação do país para a certificação da transmissão vertical do VIHSIDA e sífilis congénita.