No Dia do Médico Cabo-verdiano, Ministra da Saúde apelou ao pacto de regime no sector e apresentou ganhos inestimáveis na saúde após 50 anos de independência
Perante uma sala cheia não só de médicos, mas de diversas entidades, instituições e do corpo diplomático, decorreu na última sexta-feira, 17 de janeiro, a cerimonia que assinalou o Dia do Médico Cabo-verdiano.
O ato contou com a presença do Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva e da Ministra da Saúde, Filomena Gonçalves.
Um momento marcante para esta classe profissional, que viu assim, reafirmada o compromisso para com o desenvolvimento e a sustentabilidade da careira médica em Cabo Verde e consequentemente para com a saúde dos Cabo-verdianos.
O Primeiro Ministro realçou, na Sua mensagem, o contributo essencial da classe médica num país que se prepara para celebrar 50 anos de independência e que sempre evidenciou resiliência, mesmo perante adversidades.
O Governo reforçou também o compromisso em trabalhar de forma estratégica e a médio e longo prazo com a Ordem dos Médicos, visando melhorar a atenção primária e hospitalares. O Primeiro Ministro avançou que no próximo dia 24 de janeiro, haverá um encontro com os sindicatos dos profissionais de saúde para analisar as propostas do Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) de médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e técnicos auxiliares de saúde.
Ulisses Correia e Silva disse que a projeção dos impactos da implementação dessas propostas ronda cerca de 3 milhões de contos, aproximadamente 1% do PIB, o que requer conciliar as legítimas aspirações das carreiras com as restrições orçamentais do país, mas reforçou também que o executivo está empenhado em criar condições para o exercício da atividade médico-hospitalar, investindo em infraestruturas, equipamentos, tecnologia, formação e desenvolvimento de competências. “Este esforço visa reforçar a confiança dos cabo-verdianos no sistema de saúde, tornar o país mais fiável para visitantes e para a nossa diáspora, e assegurar que as nossas unidades de saúde, bem como os seus profissionais, estejam preparadas para os desafios de um mundo cada vez mais exigente.” finalizou.
Por sua vez, a Ministra da Saúde, Filomena Gonçalves afirmou que celebrar o Dia do Médico Cabo-verdiano é um momento singular, no ano em que se comemora os 50 anos da independência de Cavo Verde, permitindo assim, refletir sobre o percurso de dedicação, progresso e conquistas da classe médica Cabo-verdiana.
Em 1975 o país disponha de apenas 29 médicos e hoje, em 2024, são 772 médicos inscritos na OMC.
Filomena Gonçalves enalteceu os ganhos da saúde, nestes 50 anos da independência através da esperança média de vida, que passou de 50 anos para 76 anos, mortalidade infantil que passou de 100 óbitos por 1.000 nascimentos para menos de 20, por cada mil nados vivos e a mortalidade materna também com evoluções significativas. quanto a taxa de vacinação hoje superior a 95% e a Cobertura Universal de Saúde com progresso notáveis.
A Ministra considerou que estes progressos refletem o compromisso coletivo de todos os que ao longo de décadas dedicaram suas vidas para a melhoria da qualidade de vida do povo das ilhas. Mas também disse ser particularmente fruto da entrega dos médicos que enfrentam desafios diários com coragem, resiliência e profundo sentido de missão.
Filomena Gonçalves apelou, por isso, a construção de alianças sólidas e pactos de regime a volta deste sector garantindo que a saúde continue a ser uma prioridade nacional, com esforços conjuntos que transcendem ciclos políticos e promovam o bem-estar de todos a cada dia.
A mensagem evocativa do Dia do Médico Cabo-verdiano, teve lugar na sexta-feira, 17 de janeiro, na Assembleia Nacional, Cidade da Praia e foi proferido pelo Superintendente da Igreja do Nazareno, Reverendo David Araújo.