Missão de Pré-certificação da Eliminação do Paludismo em Cabo Verde, de 27 de Junho a 8 de Julho de 2022
O Coordenador do Programa Nacional de Doenças de Transmissão Vectorial disse hoje que Cabo Verde, depois de todo o seu percurso e experiência na luta contra os mosquitos, está prestes a obter o certificado livre do paludismo.
António Moreira fez essa afirmação em declarações à imprensa, após reunir-se com uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que se encontra no país para apoiar na preparação para a certificação e avaliar se tudo está pronto para receber a missão de certificação independente.
“Todo o percurso, a experiência dos anos anteriores e do trabalho dos sucessivos governos, para além da população que se mostra empenhada, creio que demos um passo grande na eliminação do paludismo em Cabo Verde”, disse, afirmando estar expectante quanto à vinda ao País da equipa independente para a certificação da eliminação do paludismo.
Sublinhou ainda, na sua declaração, que a equipa da OMS que se encontra no arquipélago tem como missão avaliar as recomendações da equipa que esteve no País antes, ou seja, o progresso das recomendaçoes feitas, assim como as actividades em curso para se elaborar um plano final a ser implementado até à vinda da equipa independentemente para a certificação da eliminação do paludismo.
“Estamos há quatro anos e cinco meses sem casos locais, mas continuamos a ser um País de risco e vulnerável, pois, temos aqui o mosquito e há condições climáticas para o desenvolvimento do mosquito vector que transmite a doença”, afirmou, reconhecendo que o País está aberto e situa-se próximo de uma comunidade que tem uma carga enorme em relação à incidência do paludismo e a movimentação das pessoas que entram e saem.
Por este motivo, António Moreira admitiu que Cabo Verde juntamente com a OMS estão a elaborar um plano para evitar a reintrodução do paludismo, alegando que para que todos os ganhos conseguidos sejam consolidados é preciso a mobilização geral da população, em relação à doença.
Isso porque, sublinhou, a tendência de não haver paludismo poderá provocar relaxamento e depois surpresas com aparição de casos.
O representante residente da OMS, Daniel Kertesz na sua declaração afirmou estar convicto de que Cabo Verde receberá a certificação livre de paludismo.
“Trata-se do certificado da eliminação do paludismo num País, o que significa que a malária não está a provocar a doença, mas estamos aqui com uma missão que vai apoiar o País a obter essa certificação”, acrescentou.
Segundo Daniel Kertesz a missão da OMS em Cabo Verde tem de avaliar tudo o que está sendo feito, identificar as lacunas e desafios e só depois disso poderão saber quanto tempo vai ser preciso para a certificação livre do paludismo.
“Para isso, a OMS tem de estar certa de que não haverá transmissão e o País tem de saber gerir qualquer importação de paludismo no futuro”, concluiu.
A missão da OMS em Cabo Verde vai avaliar os avanços conseguidos no quadro da implementação das recomendações anteriores das missões da OMS, orientar os profissionais e as autoridades de Saúde incluindo os membros do Comité Nacional Independente para Eliminação do Paludismo, sobre as directivas e os requisitos para o processo.
A iniciativa visa ainda rever toda a documentação do País na matéria e apoiar na elaboração de um plano de acção e um cronograma para a certificação em colaboração com as autoridades nacionais.
A missão de duas semanas, para além de alguns encontros com instituições nacionais, visita ainda as ilhas da Boa Vista e de São Vicente.
O paludismo em Cabo Verde caracteriza-se por ser uma doença instável, de transmissão sazonal dependendo fortemente da pluviosidade, que se encontra presente em quatro ilhas, Santiago, Boa Vista, São Vicente e Maio.
Cabo Verde está há quatro anos sem registar casos locais de paludismo e espera obter, ainda este ano, a certificação de País livre da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
PC/HF
Inforpress/Fim