Formação sobre a implementação da Via Verde do AVC na ilha do Sal
O Serviço de Neurologia do Hospital Dr. Agostinho Neto (HAN) em parceria com o Hospital Regional Ramiro Figueira, no Sal (HRRF), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizou nos dias 4 a 7 de janeiro, uma formação direcionada aos médicos, enfermeiros e técnicos de radiologia do Hospital do Sal, sobre a Implementação da Via Verde do AVC na ilha.
A formação foi ministrada pelo Dr. Darius Lima, médico neurologista do Serviço de Neurologia HAN.
O AVC é a primeira causa de morte em Cabo Verde e uma das principais causas de incapacidade. Torna-se imprescindível a implementação da VVAVC não só nos Hospitais centrais do país (HAN -Praia e HBS- São Vicente) como nos outros Hospitais regionais que constituem o ponto de referência em outras ilhas como Sal, Fogo e Santo Antão.
A implementação da VVAVC na ilha do Sal contribuirá para a redução da morbimortalidade do AVC isquémico na população, com objetivo principal de conseguir que todos os doentes com AVC isquémico agudo cheguem ao hospital de forma rápida e segura, tenham acesso a um diagnóstico precoce e a tratamento fibrinolítico dentro da janela terapêutica de 4 horas e meia.
A VVAVC faz parte de novas terapêuticas para o tratamento do AVC isquémico agudo. Essa terapêutica obrigam os serviços de saúde a implementar protocolos no sentido de minimizar os tempos de atendimento, pois as primeiras horas após o início dos sintomas de AVC são essenciais. É a janela temporal que garante a eficácia dos principais tratamentos como é o caso da trombólise.
De realçar que desde 2022 que o Serviço de Neurologia do HAN tem realizado ações para que Cabo Verde venha implementar este tratamento no país. Em maio de 2022 foi realizado na cidade da Praia um Webinar sobre “A importância da Via Verde na abordagem ao doente com acidente vascular cerebral (AVC), promovido em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Pública. Já em junho do mesmo ano, Cabo Verde recebeu uma missão do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP) e do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (Sesaram), que possibilitou a realização da primeira trombólise, no Hospital Dr. Agostinho Neto, com sucesso, numa senhora de 64 anos de idade com AVC, tendo sido utilizado o alteplase, medicamento eficaz e seguro atualmente disponível no país para este fim.
Esta missão ainda apoiou na realização de formação dos técnicos de saúde nacionais, na definição de circuito da VVAVC, na utilização de ferramentas de registos, interpretação de imagens de tomografia computadorizada, entre outras atividades.
O projeto vinha verde insere-se num programa mais abrangente de emergência médica com as suas componentes pré-hospitalar, inter-hospitalar e hospitalar, previsto no programa de governo.
A Via Verde do AVC (VVAVC) foi definida como “uma estratégia organizada para a abordagem, encaminhamento e tratamento mais adequado, planeado e expedito, nas fases pré, intra e inter-hospitalares, de situações clínicas mais frequentes e/ou graves que importa serem especialmente valorizadas pela sua importância na saúde das populações”.