Especialista diz que tratamento de cancro em Cabo Verde é um “grande” desafio
A oncologista Hirondina Borges disse hoje na Praia que o tratamento de cancro no geral é um “grande” desafio para o sistema de Saúde em Cabo Verde por ser “muito” custoso, asseverando que é “confiável”.
“Portanto, podem confiar e dirigir atempadamente onde serão bem-recebidos e lhes serão fornecidos todos os protocolos de acordo com normas internacionais para tratamento no caso de cancro da mama”, especificou.
Hirondina Borges falava à imprensa à margem da marcha de Outubro Rosa, visando levar informações necessárias sobre o cancro da mama à população cabo-verdiana, promovida pela Associação Cabo-verdiana de Luta Contra o Cancro (ACLCC).
“O tratamento de cancro em Cabo Verde, de modo geral, é um grande desafio para o nosso sistema de saúde porque é muito custoso sobretudo quando ainda o diagnóstico é feito na fase avançada”, precisou a oncologista.
Conforme ajuntou, quando o diagnóstico acontece na fase avançada da doença, o custo do tratamento “triplica”, daí, destacou a importância deste trabalho de sensibilização, levando à população conhecimentos sobre cancro para que haja prevenção e diagnóstico da doença precocemente.
“Quanto mais cedo o diagnóstico, podemos fazer um tratamento com menos custo e também terá menos impacto na vida das pessoas. Se diagnosticarmos cedo fazemos um tratamento com cura e a pessoa volta à sua vida normal, junto da família e quando é avançado, sempre temos menos percentagem de cura, temos muitos pacientes diagnosticados tardiamente que levam a óbito (…)”, alertou a especialista.
Por outro lado, reforçou Hirondina Borges, actualmente em Cabo Verde há tratamentos que é possível fazer no País, nomeadamente a quimioterapia, cirurgias, e no caso de cancro da mama, a hormonoterapia, terapias alvo, oferecidos gratuitamente porque é um direito celebrado na Constituição da República.
“Todos os pacientes que têm suspeita de cancro devem dirigir-se ao hospital, o tratamento está disponível. Na fase do tratamento que ainda não se faz em Cabo Verde, o paciente é referenciado onde há condições, por exemplo, na fase de radioterapia, os pacientes são referenciados para Portugal onde temos protocolo para tratar e desta forma nenhum paciente fica de fora”, vincou a oncologista.
Por seu lado, a primeira-dama Débora Carvalho afiançou a necessidade de sensibilizar mais sobre o cancro, uma vez que é uma das principais causas de morte de mulheres em Cabo Verde e no mundo, mas que tem cura se for detectado cedo.
“Então temos que quebrar o silêncio e levar a mensagem a todos os bairros. O percurso de hoje foi muito interessante e estamos contentes pelas actividades que estão a decorrer nas outras ilhas nomeadamente na Boa Vista e Maio, um pouco por todo Cabo Verde. A perspectiva mesmo é fazer muito barulho e acordar as mulheres cabo-verdianas para esse fenómeno que infelizmente está a ceifar muitas vidas”, disse.
Sendo o cancro a principal causa de morte de mulheres, defendeu a primeira-dama, os 365 dias têm que ser dia rosa, para estar no terreno constantemente, pelo que, salientou, é isto que tem sido o apelo junto das ONG e ´influencer.
“Começamos aqui também a dar um pontapé de saída para Novembro Azul e sensibilizar os homens cabo-verdianos também para fazer os seus exames para realmente podermos evitar morte por motivo de câncer”, frisou, apelando-os a participarem do Novembro Azul, mundialmente assinalado como o mês do combate ao cancro de próstata.
A marcha iniciou-se no parque do Estádio da Várzea, percorreu a Avenida da Cidade de Lisboa, Farmácia 2000, Bairro antigo – Posto de Saúde, Achadinha, Praça Catxor, Mercado, Polivalente Djon Pitata, Ponta Tambra e finalizou na Fazenda- Oficina Patote.
FONTE: Inforpress