É imprescindível sermos capazes de responder de forma humanizada às pessoas em situação de sofrimento – SEAMS
Ao fazer o encerramento da formação em Primeiros Socorros Psicológicos, hoje em São Vicente, o Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde, Evandro Monteiro, disse que perante a pandemia que num primeiro momento causou um impacto sobremaneira real e negativo na vida pessoal, social, económica e mental das pessoas, ao qual acrescem os impactos das inúmeras situações de catástrofes naturais, conflitos, acidentes, entre outras situações extremas e potencialmente traumáticas, esta formação é uma resposta necessário do SNS.
Disse ainda que se trata de um complemento, neste mundo cada vez mais global e com desafios cada vez mais crescentes onde as abordagens e respostas devem ser mais globais, imediatos e que num primeiro momento, se necessário no local, por isso considerou que “é imprescindível sermos capazes de responder de forma humanizada às pessoas em situação de sofrimento e com necessidade de apoio”.
Evandro Monteiro argumentou que nesta senda a política nacional de saúde mental tem como pedra basilar a prestação de cuidados de saúde mental para todos, o mais próximo possível das pessoas e das suas comunidades, cuidados estes contínuos, pautados pelo respeito dos direitos humanos e baseados sempre na evidência científica.
Para o Coordenador do Programa de Saúde Mental, Aristides da Luz, não podemos falar da saúde mental no seu verdadeiro sentido se não colocáramos as pessoas no centro das políticas e inseridas nas suas comunidades. Por isso salientou que o tema se encontra na agenda de saúde pública nacional, reconhecendo, no entanto, que a pobreza, o desemprego, as alterações climáticas, entre outros fatores podem influenciar a saúde mental das pessoas, mas que não dependem do sector da saúde, mas precisam ser acautelados no sentido e permitir o alcance dos objetivos.
Aristides da Luz colocou também a tónica no estigma associado às pessoas com problemas mentais para dizer que ter um serviço de saúde mental afastado dos demais serviços de saúde, estabelecimentos funcionando como celas de prisão, afiguram-se como estigma, neste sentido fala que a formação dos recursos humanos é uma aposta forte para a melhoria da prestação de cuidados de saúde nesta área. Segundo disse todos os técnicos de saúde devem estar minimamente capacitados para prestarem cuidados às pessoas lá onde elas se encontram.
A salientou ainda que as ameaças a saúde mental em Cabo Verde não são diferentes das de outras paragens do mundo.
Já a OMS que é parceira desta ação de capacitação e esteve representado pela Ponto Focal para a promoção da saúde, Edith Pereira, “investir na capacitação de profissionais contribui para a equidade no acesso à saúde e também investir nos recursos humanos é condição importante para o alcance da cobertura universal de saúde.
A IIª fase da formação nacional em Primeiros Socorros Psicológicos está enquadrada na implementação do projeto de reforço das sinergias do desafio da COVID-19 e as Doenças Não Transmissíveis incluindo a saúde mental e o VIH/SIDA, projeto este que conta com a assistência da Organização Mundial da Saúde.
Realizado pela Direção Nacional da Saúde, através de Programa Nacional da Saúde Mental, com o objetivo de reforçar e atualizar os conhecimentos dos profissionais a nível nacional, esta atividade está alinhada com o 2º Eixo Estratégico do Plano Estratégico Nacional para Saúde Mental 2021-2025 (PENSM). A referida formação que já foi ministrada em Santiago Norte e na Cidade da Praia por consultores internacionais da OMS chegou aos profissionais das ilhas de São Vicente, Santo Antão, São Nicolau e Sal e decorreu de 6 a 8 de fevereiro, em Mindelo.