Dia Mundial da Saúde assinalado com várias atividades por todo país
Primeiro-ministro encerra as atividades do Dia Mundial da Saúde
O Primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva que encerrou as atividades do Dia Mundial da Saúde e o Simpósio de Intercambio Cientifico e Cultural com a disporá Cabo-verdiana nos EUA, considerou que as parcerias com o sector da saúde são muito essenciais para melhorar a prestação de saúde em Cabo Verde que passa pelo intercambio de ter técnicos altamente qualificados a colaborarem de perto com os profissionais nacionais.
Considerou ainda que Cabo Verde tem “uma diáspora de sucesso e que representa uma grande valia para o país.
“Durante muito tempo posicionamos na lógica de remessas de emigrantes para apoiar as famílias e tem tendência a aumentar”, mas segundo disse, a intenção do governo é transformar estas remessas para um outro tipo de remessas nomeadamente transferência de conhecimento e capacidade nas outras áreas como na saúde na ciência, na investigação, na gestão no desporto, na cultura, entre outras.
“Nosso Planeta, Nossa Saúde” é o lema escolhido pela Organização Mundial da Saúde para assinalar o Dia Mundial da Saúde – 07 de abril. Este tema baseia-se nos grandes desafios que o mundo atualmente enfrenta designadamente a pandemia da Covid-19, a poluição do planeta e a incidência crescente de doenças, chamando atenção para ações urgentes necessárias para manter os seres humanos e o planeta saudáveis e promover um movimento para criar sociedades focadas no bem-estar.
A sessão especial do Dia Mundial da Saúde teve lugar na cidade berço da Cabo-verdianidade, (Cidade Velha) num simpósio de Intercambio Cientifico e Cultural com a Diáspora do Estados Unidos sobre o signo do lema escolhido este ano que é “Nosso Planeta Nossa Saúde”.
Durante a cerimonia de abertura presidida pelo Ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, que também contou com a presença do Ministro das Comunidades, Jorge Santos, do Representante da OMS em Cabo Verde e do Edil Local, Nelson Moreira ficou marcado com duas Conferencias designadamente “Nosso Planeta, Nossa Saúde” e abordagem “Uma Só Saúde” e as políticas públicas da saúde em Cabo Verde.
O Ministro da Saúde considerou que assinalar o Dia Mundial da Saúde, é sempre o ponto alto, o auge de tudo aquilo que se faz e se tem feito ao longo dos anos, mas também um momento para refletir sobre os desafios, as oportunidades e as perspetivas futuras no domínio da saúde.
Ao nível central, foram ainda realizado atividades como um webinar sobre a Regulação e o Desenvolvimento Sustentável: Saúde e Bem-estar para Todos”, organizado pela Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS); workshop “Por uma sociedade de bem-estar: saúde, ambiente e cidades” organizado pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) e a nível regional e local as delegacias de saúde realizaram consultas espontâneas de especialidade nomeadamente exames de despiste de câncer de próstata e de colo de útero, despiste de diabetes e de tensão arterial, na Delegacia de Saúde de São Vicente, feira de saúde em São Nicolau, encontro de reflexão conjunta sobre o dia alusivo ao dia mundial da saúde, na Região Sanitária de Santo Antão.
Cabo Verde está alinhado com o lema escolhido pela OMS para assinalar o Dia Mundial da Saúde
“Este ano, a OMS chama-nos a refletir e a discutir um lema sobremaneira expressivo, pois através deste lema constatamos e legitimamos a importância que o meio ambiente, que o nosso planeta e os seus reflexos podem ter e têm na nossa saúde e na nossa qualidade de vida.” Ressaltou o Ministro da Saúde considerando que o mesmo está enquadrado na abordagem “One Health” [Uma só Saúde], que apela esforços na projeção e implementação de políticas, legislação, pesquisas e intervenções em que vários setores, governamentais, não governamentais e da sociedade civil, se comunicam e trabalham juntos para alcançar os melhores resultados de saúde pública possíveis.
Aliás, segundo aquele governante o tema “Uma Só Saúde” que alinha com o lema Nosso, planeta Nossa saúde” não é novo em Cabo Verde, pois o governo tem vindo a trabalhar nesta abordagem através das sinergias, projetos e programas criado entre o Ministério da Saúde e o Ministério de Agricultura e Ambiente, bem como espelhado nos diversos documentos desta governação.
“O desenvolvimento da economia verde, por exemplo, em destaque no Programa do Governo para o quinquénio 2021-2026, engloba as vertentes da transição energética, saneamento e água, ambiente e ação climática, traduzindo aquilo que é a visão integrada do Governo para fazer face à necessidade de proteger o ambiente sem, entretanto, colocar em causa o desenvolvimento económico sustentável do país, pois ao protegermos o ambiente, como todos sabemos, estaremos a proteger direta e indiretamente a saúde.”
Nesta ocasião, o Ministro também aproveitou para endereçar o reconhecimento a todos os profissionais de saúde incluindo os das brigadas médicas que ao longo dos anos, tem dando o seu relevante contributo para o crescimento e fortalecimento do sistema nacional de saúde, bastamente evidenciado no bom combate contra a pandemia da Covid19.
OMS exorta para a necessidade de preparação para o enfrentamento da crise climática no mundo
Segundo o Representante da OMS em Cabo Verde Daniel Kertesz, a Covid19 veio nos assinar a “preparar para o futuro”, e para o que está por vir e sobretudo para uma crise que se aproxima.
“há anos que falamos sobre ela, escrevemos sobre ela, reunimo-nos sobre ela. Esta crise é o aquecimento progressivo do nosso planeta ligado as atividades dos seres humanos.”
Segundo Kertesz que falava na sessão especial do Dia Mundial da Saúde, esta crise já está a ter impactos em quase todas as facetas da vida humana, considerando que a mensagem principal do Dia Mundial de Saúde é que as alterações climáticas são a maior ameaça à saúde que a humanidade enfrenta.
“A crise climática é uma crise sanitária” sublinhou considerando que as mudanças climáticas já estão a prejudicar a saúde através da poluição do ar, aumento de doenças, eventos climáticos extremos, deslocamentos forçados, insegurança alimentar e pressões sobre a saúde mental. A OMS disse que todos os anos os fatores ambientais ceifam a vida de cerca de 13 (treze) milhões de pessoas.
Daniel Kertesz deu alguns exemplos para comprovar como o clima e a saúde se sobrepõe nomeadamente:
A poluição atmosférica – mais de 90% da população mundial respiram ar poluído resultante da queima de combustíveis fosseis o que leva a morte de 13 pessoas por minuto no mundo, devido ao cancro do pulmão, doenças cardíacas, e acidentes vascular cerebral.
Distribuição de alimentos e dietas – 3 mil milhões de pessoas não podem ter acesso a uma dieta saudável.
O tabaco – o tabaco polui o planeta. O fabrico, comercialização e consumo do tabaco provoca uma degradação ambiental. As beatas de cigarros são as formas mais abundantes de resíduos de plástico no mundo sendo que 4,5 triliões de cigarros deitam lixo nas cidades, parques e cursos de água, para além de ceifar milhões de vidas anualmente devido a várias doenças.
O aumento da temperatura – que altera a proliferação de vetores e zoonoses importantes sendo que a notificação de doença como a dengue aumentou em cerca de 8 vezes nos últimos 20 anos. As alterações climáticas podem colocar mais de 2 mil milhões de pessoas sobre risco de infeção por dengue.
Assim, face a estas consequências que necessariamente vão desembocar na saúde das pessoas, o Representante da OMS em Cabo Verde, Daniel Kertesz, disse que a tentativa de poupar dinheiro negligenciando a proteção ambiental, a preparação para as emergências, o reforço dos sistemas de saúde e a segurança social, “provou ser uma falsa economia” e a conta está a ser paga, muitas vezes. Neste sentido, disse que o mundo não pode permitir desastres semelhantes a escala de Covid19, quer sejam desencadeados pela próxima pandemia, quer pela acumulação de danos ambientais e alterações climáticas pois segundo disse “voltar ao normal não é suficiente.”
Para a OMS Cabo Verde o tema deste ano serve como uma lembrança crítica de ligação entre o nosso planeta e a nossa saúde.
Simpósio Intercambio Cientifico e Cultural com a Diáspora Cabo-verdiana nos EUA
Durante a Sessão do Dia Mundial da Saúde onde também foi realizado um Simpósio de Intercambio Cientifico e Cultural com a diáspora nos Estados Unidos, o Ministro da Saúde saudou à equipa de médicos cabo-verdianos e americanos amigos de Cabo Verde que se encontravam, no país, no âmbito de uma missão médica, considerando que tenha sido dias marcados por imensa partilha de experiências e conhecimentos com os profissionais de saúde nas várias áreas do saber, desde medicina interna, medicina geral e familiar, imagiologia, anestesia, cirurgia e suas subespecialidades, oftalmologia, entre outras.
Para o Ministro Arlindo do Rosário, os vários pacientes tratados nos hospitais centrais HAN e HBS e que foram submetidos a intervenções de alta complexidade técnica, muitos que estavam à espera de evacuação para o exterior e que puderam ver os seus problemas tratados no país, representa um grande contributo e que deve continuar.
Para além disto, exortou a diáspora cabo-verdiana a se engajar na construção de novo Hospital de Cabo Verde, que será um ponto de referência para o país na prestação dos cuidados secundários e terciários de saúde e na sub-região africana, adiantando que o Governo perspetiva a construção de uma infraestrutura de topo, com alta capacidade de resposta do ponto de vista técnico, com um corpo de recursos humanos especializado, equipamentos e materiais científico, tecnológico que será também um passo fundamental para a consolidação das respostas sanitárias em Cabo Verde.