Cabo Verde quer reduzir em 10% os casos de cancro de mama diagnosticados em estádio avançando
Este é um dos principais resultados que o Ministério da Saúde quer alcançar com a implementação do Programa de Diagnóstico Precoce do Cancro da Mama na atenção primária, que foi lançado nesta quinta-feira, 26 de outubro, na Cidade da Praia.
Baseado na estratégia da Organização Mundial da Saúde, (OMS) que considera que o disgnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do cancro, a Direção Nacional da Saúde através do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doença Oncológicas pretende trabalhar com as estruturas existentes na atenção primaria. O objetivo é estabelecer consultas mamárias destinadas às mulheres, poder detetar cada vez mais cedo qualquer situação de alerta e fazer um melhor seguimento dos casos.
Segundo a Diretora Nacional da Saúde, Angela Gomes, que presidiu a cerimónia de lançamento do programa, os cancros em Cabo Verde, já há mais de três décadas, que se configuram como das três primeiras causas de óbitos e de morbilidade, com alguma oscilação.
“No relatório do Ministério da Saúde de 2022, os dados provisórios nos demostram que foram registados quase 500 casos de cancro a nível nacional e o cancro da mama é o que conta com uma incidência maior, juntamente com o da próstata e claramente, que aqui temos, mais do que estar alinhados, estar a trabalhar com as evidências. Daí a nossa proposta da implementação do programa de disgnóstico precoce dos cancros de mama na atenção primaria, afirmou.”
Ângela Gomes disse ainda que se trata de uma iniciativa que exige uma reorganização do sitema e colocar esta accão como uma prioridade a nível dos cuidados primários de saúde que tem que fazer parte da rotina da atenção integrado à saúde da mulher e pede um grande engajamento, neste sentido.
Sob o lema “Detenção Precoce de cancro da mama – Salva vida” essa estratégia, destaca a importância da educação da mulher e dos profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas suspeitos de cancro de mama, bem como do acesso rápido e facilitado aos serviços de saúde tanto na atenção primária quanto nos serviços de referência para investigação diagnóstica.
A coordenadora do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas, Carla Barbosa, disse que há uma grande desigualdade em temos de morbi-mortalidade pelo cancro de mama, entre os países desenvolvidos e de baixa de média renda. Considerou que é preciso colmatar estas desigualdades e melhorar o acesso ao disgnóstico precoce desta doença. “Sabemos que o cancro da mama quanto mais cedo for apanhado mais chances tem de cura.”
O programa ora lançado vai estar assente em três pilares de intervenção, designadamente, elencou Carla Barbosa, a educação da população feminina e consciencialização dos sinais sintomas de alerta, a capacitação dos profissionais de saúde na identificação e tratamento dos doentes, e a formação de uma estrutura organizada por forma a dar respostas essenciais e céleres aos casos.
Em 2022, foram registados em Cabo Verde 69 casos de cancro de mama, segundo os dados provisórios do Registo Oncológico. Esta atividade enquadra-se no âmbito da campanha outubro rosa e novembro azul, que a Direção Nacional da Saúde está a implementar durante estes meses.