África deve emergir como pioneiro na luta contra o paludismo visando a sua eliminação – Secretário de Estado da Saúde
Ao fazer a abertura da Reunião Técnica da Iniciativa para Eliminação da Malária da Região do Sahel (SaME), hoje na cidade da Praia, o Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde, Evandro Monteiro, considerou que o continente Africano deve emergir como pioneiro na luta contra o paludismo, visando a eliminação da doença, pois segundo os dados mundiais da OMS, cerca de 90% de todos os casos e mortes causados pelo paludismo no mundo, acontecem na sub-região.
Neste sentido, afirmou que o lançamento da Iniciativa SaME, em 31 de agosto de 2018, pelos Ministros da Saúde dos oito países da região do Sahel, foi uma estratégia de resposta “perentória,” cujo objetivo primordial é impulsionar os esforços rumo a uma região e África livre do paludismo, apoiando assim o objetivo da União Africana de eliminar a doença no continente até 2030, em consonância com os ODS e a Estratégia Técnica Global para a Malária 2016- 2030 da Organização Mundial da Saúde.
Evandro Monteiro disse ainda que os governos devem manter a luta contra o paludismo no topo das agendas governamentais através de recursos adicionais, envolvimento de todos os atores e imponderar as comunidades com conhecimentos, atitudes e práticas necessárias para a prevenção, diagnóstico e tratamento precoce.
Sendo que Cabo Verde se encontra na fase de eliminação do paludismo e um pouco mais avançado neste processo que os outros restantes países partes da iniciativa SaME, Evandro Monteiro disse que a possibilidade de uma entrada de casos no país é uma preocupação constate, porque não é primeira vez, que Cabo Verde está a ter espaços temporais sem casos autóctones do paludismo , informou, no entanto, que os serviços de saúde nacional continuam a registar casos importados o que demostra até certo ponto desafios. Neste sentido, elencou que o governo através do Ministério da Saúde está a apostar sobretudo na vigilância epidemiológica e entomológica, bem como no reforço da capacidade nacional em termos de investigação, diagnóstico, tratamento e controlo dos vetores.
Refente a região do Sahel, o Secretário de Estado disse que a visão regional de ser livre do paludismo requer uma necessária adequação de politicas públicas e de ferramentas orientadoras ligadas à prevenção e reforço da literacia em saúde bem como implicam partilha de boas praticas, da informação sanitária entre os estados membros.
“Requer assim, investimentos e esforços estratégicos das nossas capacidades de preparação e resposta para a garantia da segurança sanitária nacional com impacto regional e mundial.
Assim, exortou os estados membros a reforçar as medidas concertas tais como a implementação efetiva do Plano Estratégico Regional da Iniciativa, a mobilização de fundos globais para financiamento sustentável das intervenções, a mobilização de recursos financeiros domésticos e o reforço das parcerias intersectoriais e multissectoriais bem como a colaboração transfronteiriça e sub-regional.
Cabo Verde acolhe de 29 a 31 de março, a Reunião Técnica da Iniciativa de Eliminação da Malária do Sahel (SaME) organizado pelo Secretariado da Iniciativa cujo objetivo é discutir o estatuto da Iniciativa e preparar a 5.ª reunião do fórum ministerial SaME a realizar-se à margem da próxima Assembleia de Ministros da Saúde, provisoriamente agendada para maio de 2023.
Participam cerca de 50 representantes oriundos dos 8 estados membros, da desta iniciativa cuja a presidência é assumida por Cabo Verde desde 2018. Os participantes são representantes dos estados membros, da Organização Oeste Africana da Saúde, das Agências das Nações Unidas, incluindo (OMS, UNICEF), dos parceiros técnicos e financeiros como Fundo Global, GLIDE, ALMA, RBM Partnership to End Malaria, MMV, Speak up Africa e da rede parlamentar REPEL Malária.
A Iniciativa Sahel para a Eliminação da Malária (SaME) foi lançada em 31 de agosto de 2018, em Dakar, Senegal, pelos Ministros da Saúde de oito países da região do Sahel (Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal e Chade), como o objetivo de acelerar os esforços no sentido da eliminação da malária na região do Sahel até 2030, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, bem como com a Estratégia Técnica Global para a Malária 2016-2030 da Organização Mundial de Saúde (OMS).