30% da população Cabo-verdiana é hipertensa e 3,7% tem diabetes
Estes são alguns dados do Relatório do II Inquérito das Doenças Não Transmissíveis (IDNT II) apresentado hoje na cidade da Praia. O evento que foi presidido pelo Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Evandro Monteiro que na sua intervenção disse que devido às mudanças nos perfis demográfico, epidemiológico e nutricional dos Cabo-verdianos, as doenças cardiovasculares, diabetes e doenças oncológicas, têm sido há mais de 20 anos, principal causa de mortalidade no país.
Desta forma, o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde considerou que estes são números expressivos e significativos que fazem com o sistema nacional de saúde reforce as políticas, medidas e intervenções sanitárias, para adequar-se ao novo perfil epidemiológico atual.
“As respostas passam necessariamente por diagnosticar atempadamente, dar os seguimentos devidos em termos de evolução e terapia especifica para minimizar as eventuais complicações e sequelas assim como evitar o diagnóstico tardio que poderá resultar em mortes evitáveis prematuras.”
O IDNT II mostrou que 30% da população tem hipertensão arterial que é um fator de risco importante para o surgimento das doenças crónicas não transmissíveis, 3,7% tem diabetes e a população consome em média 3,4 porções de frutas e vegetais por dia, uma taxa inferior à média recomendada pela OMS que é de 5 porções por dia.
A taxa de prevalência de tabagismo se manteve em 9%, metade da população tinha consumido álcool no último mês em que se realizou o inquérito. A média do consumo do sal dos Cabo-verdianos é elevado, ou seja, a população consome o dobro do sal recomendado por dia sendo 9 gramas, isto devido as mudanças de hábitos alimentares e ao consumo de alimentos processados.
Segundo a Coordenadora do Inquérito, Emilia Monteiro, os resultados vão permitir ver onde se pode melhorar em termos de estratégias de prevenção e promoção da saúde.
“Devemos fazer um trabalho tanto na prevenção em termos de rastreios e programas na atenção primaria bem com na parte de promoção da saúde dando mais informações e literacia à população sobre alimentação, sedentarismo atividade física entre outros fatores e determinantes da saúde.
A Sessão de Abertura do Atelier de apresentação do Relatório do INDT II também contou a com a presença do Represente da OMS em Cabo Verde, Daniel Kertesz e do Presidente do INE, Osvaldo Borges.
O Segundo Inquérito sobre os fatores de risco das Doenças Não Transmissíveis (IDNT II) foi realizado pelo Ministério da Saúde em todo território nacional, de fevereiro a março de 2020, em parceira com Instituto Nacional de Estatística (INE) e a assistência técnica e financeira da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Este inquérito permitiu fazer a atualização dos dados referentes aos fatores de risco das doenças crónicas não transmissíveis, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, cancro do colo do útero, suicídio e fatores comportamentais como consumo do álcool, o tabagismo, hábitos alimentares, sedentarismo, atividade física, entre outros.