Cabo Verde acaba de ser certificado pela OMS como país que eliminou o sarampo e rubéola.
Tornando, assim junto com Maurícias e Seychellesnos primeiros países de África subsaariana a eliminar o sarampo e a rubéola, anunciou hoje, o Diretor Regional da OMS Africa, Mohamed Janabi, em Conferência de Imprensa a partir de Brasaville – RDC em que participou o Ministro da Saúde de Cabo Verde Jorge Figueiredo.
“Esta é uma grande conquista em saúde pública. Parabéns a Cabo Verde, Maurício e Seychelles por este importante marco em nossos esforços coletivos para controlar e erradicar doenças na África. Isso mostra o que é possível quando os países priorizam a prevenção e tornam as vacinas uma prioridade”, disse o Dr. Mohamed Janabi, Diretor Regional da OMS para a África. “Devemos aproveitar este sucesso para que todas as crianças na África possam crescer saudáveis e protegidas.”
Hoje, estamos juntos num momento verdadeiramente histórico — não apenas para Cabo Verde, mas para toda a região africana. É com imenso orgulho e gratidão que me junto aos meus homólogos das Maurícias e das Seychelles, e ao Diretor Regional da OMS, para anunciar que as nossas três nações são as primeiras na Região Africana da OMS a serem oficialmente certificadas como tendo eliminado o sarampo e a rubéola, disse o Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo considerado que esta conquista é uma prova do que é possível quando governos, profissionais de saúde, comunidades e parceiros internacionais se unem em torno de um objetivo comum.
Cabo Verde se junta a outros 94 e 133 países em todo o mundo, certificados pela OMS como tendo eliminado o sarampo e a rubéola. O sarampo e a rubéola são vírus altamente contagiosos transmitidos pelo ar. O sarampo pode resultar em complicações graves e morte, especialmente entre crianças pequenas, e a rubéola pode causar defeitos congênitos irreversíveis se a infeção ocorrer durante a gravidez. Ambas as doenças são preveníeis por vacinação.
Cabo Verde financia integralmente seu programa de imunização desde 1998 e mantém uma cobertura acima de 90% há duas décadas. Um forte engajamento político em relação à imunização, especialmente contra o sarampo e a rubéola, tem sido fundamental para acabar com a transmissão local dessas duas doenças. O país não registra um caso confirmado de sarampo desde 1999. Os últimos casos confirmados de rubéola foram em 2010.

Discurso do Ministro da Saúde durante a conferencia de imprensa online que certificou Cabo Verde livre de sarampo.
Distinto Diretor Regional da OMS, caros Ministros da Saúde, estimados colegas, membros da imprensa e cidadãos de toda a África e do mundo,
Hoje, estamos juntos num momento verdadeiramente histórico — não apenas para Cabo Verde, mas para toda a região africana. É com imenso orgulho e gratidão que me junto aos meus homólogos das Maurícias e das Seychelles, e ao Diretor Regional da OMS, para anunciar que as nossas três nações são as primeiras na Região Africana da OMS a serem oficialmente certificadas como tendo eliminado o sarampo e a rubéola.
Esta conquista é uma prova do que é possível quando governos, profissionais de saúde, comunidades e parceiros internacionais se unem em torno de um objetivo comum. Durante décadas, o sarampo e a rubéola ameaçaram a saúde e o futuro das nossas crianças. Hoje, celebramos o fim dessa ameaça nos nossos países.
- Não foram detectados casos autóctones de sarampo ou rubéola nos últimos anos, graças a sistemas robustos de vigilância e resposta rápida.
- A cobertura vacinal para sarampo e rubéola manteve-se acima de 95% por mais de duas décadas.
- O país financia 100% do seu programa de imunização com recursos nacionais.
Os nossos profissionais de saúde chegaram até às comunidades mais remotas, garantindo que cada criança esteja protegida, independentemente da geografia ou das circunstâncias.
Reforçámos os nossos sistemas de saúde, investimos em formação e construímos parcerias sólidas com a OMS, UNICEF e outros parceiros.
Esta jornada não foi isenta de desafios. Enfrentámos limitações de recursos, obstáculos logísticos e o risco constante de surtos. No entanto, através de uma liderança forte, envolvimento comunitário e a dedicação incansável dos nossos profissionais de saúde, conseguimos superar estes obstáculos.
A certificação de hoje não é apenas uma vitória para a saúde pública, mas também um farol de esperança para todo o continente. Demonstra que a eliminação é possível. É um apelo à ação para que todos os países de África redobrem os seus esforços, invistam na imunização e reforcem a vigilância.
Mas sejamos claros: eliminação não significa erradicação. O risco de importação permanece, e devemos manter-nos vigilantes. Estamos comprometidos em manter uma elevada cobertura vacinal, investir nos nossos sistemas de saúde e garantir que nenhuma criança fique para trás.
Gostaria de expressar o meu mais profundo agradecimento a todos os que contribuíram para esta conquista: os nossos profissionais de saúde, líderes comunitários, pais e parceiros valiosos. O vosso compromisso tornou este dia possível.
Celebremos juntos este momento e renovemos o nosso compromisso coletivo de proteger a saúde de cada criança em África. Juntos, podemos garantir um futuro mais saudável e seguro para todos.
Muito obrigado.

Quais medidas Cabo Verde implementou para fortalecer a imunização de rotina e aumentar a cobertura?
Nossa trajetória começou com um compromisso nacional claro: desde 1998, Cabo Verde financia 100% do seu programa de imunização com recursos nacionais, garantindo sustentabilidade e independência. Mantivemos a cobertura vacinal acima de 95% para sarampo e rubéola por mais de duas décadas, alcançando até as comunidades mais remotas. Isso foi possível graças a:
- Acesso universal: Nenhuma criança fica para trás, independentemente da geografia ou condição.
- Sistemas digitais integrados: Utilizamos plataformas de dados em tempo real para monitorar a cobertura e agir rapidamente diante de lacunas.
- Campanhas direcionadas: Mobilizações em massa e equipas móveis chegam a populações de risco e em mobilidade.
- Engajamento comunitário: Líderes locais e profissionais de saúde identificam e vacinam ativamente crianças que possam ter perdido doses de rotina.
- Vigilância robusta: Nosso sistema integrado de vigilância permite detecção e investigação rápidas de casos suspeitos, com confirmação laboratorial apoiada por laboratórios de referência regionais.
- Investimento na cadeia de frio: Modernizamos toda a cadeia de frio para garantir a qualidade das vacinas do armazenamento central até os postos mais distantes.
Quais lições a experiência de Cabo Verde pode oferecer a outros países africanos?
Nossa experiência traz lições valiosas:
- Compromisso político e liderança nacional são essenciais para a resiliência e independência do programa.
- Equidade e inclusão devem estar no centro das estratégias de imunização — alcançar ativamente populações vulneráveis e em mobilidade garante que ninguém fique para trás.
- Decisões baseadas em dados permitem intervenções oportunas e direcionadas.
- Confiança e engajamento comunitário são fundamentais para alta adesão vacinal.
- Integração e adaptabilidade — vincular a imunização a outros serviços de saúde e adaptar estratégias ao contexto local — fortalecem todo o sistema de saúde.
- Parcerias importam: A colaboração com OMS, UNICEF e outros parceiros traz apoio técnico, mas a liderança nacional deve estar sempre no centro.
Hoje, Cabo Verde é prova de que a eliminação é possível. Celebremos juntos esta conquista e que ela inspire toda a África a perseguir o mesmo objetivo com determinação e unidade.













