Arrancou hoje, uma Formação dos profissionais de saúde sobre Cuidados Paliativos, a nível nacional
Sob a coordenação da Direção Nacional da Saúde, enquadrado no âmbito do plano nacional de cuidados paliativos e com o apoio de formadores portugueses, cerca de 60 profissionais de saúde, em todo o país, estão sendo capacitados para a implementação dos cuidados paliativos nas estruturas de saúde.
A formação que decore de 23 a 26 de janeiro, em formato híbrido e foi presidido pelo Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde, Evandro Monteiro, que mostrou a importância desta formação para o Sistema Nacional de Saúde. Segundo o que avançou, em todo mundo, estima-se que mais de 56 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos todos os anos e mais de 70% destes sãos adultos com mais de 50 anos, 10% são crianças, sendo que 80% das pessoas que necessitam destes cuidados não tem acesso e aproximadamente 20 milhões morem a cada ano, sem terem as devidas abordagens que poderiam minimizar o sofrimento, a dor e os sintomas da sua doença.
Neste sentido, o Secretário de Estado analisa que Cabo Verde não foge a regra mundial, já que cada vez mais se depara com patologias oncológicas, sobretudo em estádios avançados, doenças cardiovasculares, traumatismos e acidentes com sequelas associada à dor crónica, que requerem respostas, cada vez, mais inovadores e humanizados.
Por isso é que Cabo Verde tem dados passos concretos para adequar as respostas e neste sentido elencou um conjunto de ações que vem sendo levado a cabo pelo Ministério da Saúde nomeadamente a realização do primeiro seminário internacional sobre os cuidados paliativos e o inicio da construção do centro de cuidados paliativos “Nossa Senhora da Encarnação” em 2019, na ilha do Fogo, a constituição do ponto focal dos cuidados paliativos, a publicação do Guia Orientador ao Cuidador , disponibilização de consultas no HAN ligados à dor, dotação de mais estruturas de saúde com profissionais multidisciplinares (psicólogos, assistentes socias, fisioterapeutas) e ainda a formação e capacitação das equipas.
Desta forma, Evandro Monteiro considera que são ganhos importantes, mas que ainda há um logo caminho a fazer para assegurar que todos, em todo os lugares possam ter os devidos cuidados de que necessitam.
“Acreditamos que é no reforço do nosso quadro técnico associado a capacitação e formação espacializada e continua, com mais meios e recursos humanos, criando em todas as ilhas equipas multidisciplinares, termos uma rede nacional de cuidados paliativos, assim como hospitais de dia incluindo os cuidados paliativos em idade pediátrica, para que em sinergia possamos assegurar os direitos constituídos da nossa população em qualidade e proximidade,” concluiu.
A sessão de abertura do evento também contou com a participação do Médico e Coordenador da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos, Hugo Ribeiro, que disse que esta cooperação tem o propósito de intercambio e partilha de conhecimentos.
Com o objetivo de criar equipas multidisciplinares certificadas em cuidados paliativos, esta formação será certificada por várias entidades, nomeadamente a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, a Ordem dos Médicos de Portugal e a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, tendo como objetivo capacitar os profissionais de saúde de modo a criar as bases para formação de equipas de cuidados paliativos nas estruturas de saúde, disponibilizando assim um serviço de qualidade para a população Cabo-verdiana, e com vista ao alcance a Cobertura Universal de Saúde. Desde 2021 a Direção Nacional da Saúde possui um Plano Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), reconhecendo este como uma das respostas às pessoas com doenças incuráveis ou grave, em fase avançada, progressiva e terminal, envolvendo a família e os seus cuidadores, de forma a aliviar o sofrimento, maximizando o seu bem-estar, conforto e qualidade de vida. De recordar que em 2022 foram formados cerca de 70 cuidadores comunitários, todos certificados a aptos para integrarem as equipas multidisciplinares comunitá