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98% das crianças que nasceram no HAN nos últimos 13 anos, sobreviveram e a taxa de mortalidade situa-se em 1,1 %  – Neonatalogista

À margem do ato que assinala o dia mundial da Prematuridade, o médico pediatra e neonatalogista António Cruz afirmou que Cabo Verde, desde a independência até hoje, alcançou ganhos consideráveis no domínio da mortalidade infantil, e ressalta que em cada mil crianças que nasciam na época da independência, morriam 108 crianças até atingir 1 ano de idade. No momento atualmente, de cada mil que nasce atá atingir 1 ano de idade, a mortalidade ronda 10.8%.

A prematuridade constitui uma das principais causas de mortalidade neonatal em todo o mundo, e Cabo Verde também enfrenta ainda este desafio.

O neonatalogista António Cruz diz que anualmente nascem 13,4 milhões de prematuros no mundo e a mortalidade infantil foca mais no período dos prematuros neonatais, que são os que não conseguem sobreviver nos primeiros dias de vida, particularmente os extremos que nascem com menos de 28 semanas e com menos de mil gramas, ou seja crianças com até 22 semanas e pouco mais de 500 gramas.

Mundialmente são salvas crianças com 24 semanas, mas somente em grandes centros, e muitas ficam com sequelas.

Em Cabo Verde, de acordo com o médico António Cruz, aposta recai em salvar crianças com qualidade de vida, ou seja, crianças a partir de 25 semanas.

Recorrendo às estatísticas, António Cruz diz que são registados por ano, no HAN, cerca de 240 prematuros e nos últimos 13 anos, o serviço de Neonatologia registou 3 mil e um recém-nascidos prematuros e salvou cerca de 80.8 % de prematuros o que representa uma taxa de mortalidade de 19, 1 %, ou seja, uma taxa muito boa.

Das 47 750 crianças que nasceram até outubro deste ano, 98, 1 % foram salvas, e nos últimos 13 anos a taxa de mortalidade por criança que nasce no HAN, foi de 1,1 %.

Antonio Cruz considera que o país está num bom caminho, mas o desafio maior centra-se na redução da prematuridade. Um desafio que segundo o pediatra está relacionado com uso abusivo do álcool e outras drogas, hipertensão, gravidez precoce ou não controlada, mulheres que engravidam depois dos 40 anos, stress e fatores socioeconómicos.

Face ao cenário, reconhece-se ser fundamental investir nas ações de sensibilização, na prevenção e cuidado humanizado, visando reduzir a prematuridade e melhorar a sobrevivência e qualidade de vida dos recém-nascidos.

O médico Antonio Cruz deixa o apelo “é importante que cada mãe grávida procure as consultas pré-natal e cumpra a recomendação da OMS, que é fazer pelo menos 8 consultas pré-natal, que seja reforçado o controle de hipertensão e infeções que desencadeiam o parto pré maturo “, para que Cabo Verde vença o desafio de reduzir a prematuridade.

Cabo Verde iniciou com serviço de neonatologia há 13 anos e com poucos materiais. Hoje com melhorias de condições em termos matérias e humanos, o serviço de neonatologia do HAN dispõe de ventiladores  e  incubadoras  suficientes e 5 médicos que   respondem com grande capacidade técnica aos recém nascidos prematuros que nascem e salvar com garantia crianças a partir de 25 semanas e sem sequelas, afirma António Cruz.

O Ministério da Saúde, através da Direção Nacional da Saúde-Programa Nacional de Saúde Infantil, em parceria com o Hospital Dr. Agostinho Neto, OMS, UNICEF e UNFPA, assinalou o dia  17 novembro, o Dia Mundial da Prematuridade, com um ato central, envolvendo todos so  parceiros e sob o lema “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes”,

Uma oportunidade para reconhecer os desafios enfrentados pelos bebés prematuros e suas famílias, valorizar o papel fundamental dos profissionais de saúde na sua sobrevivência e desenvolvimento, bem como, reforçar a importância do cuidado integral e humanizado desde a gestação até os primeiros anos de vida.

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